terça-feira, fevereiro 27, 2007

Intervenções na Assembleia Municipal de Almada - 2ª

Esta 2ª intervenção, foi feita pelo morador Eurico Marques, no dia 10 de Março de 2004, no Período Aberto ao Público, durante a Segunda Reunião da Sessão Ordinária referente ao mês de Fevereiro de 2004 da Assembleia Municipal.
Exmº Senhor Presidente da Assembleia Municipal e respectiva Mesa Exma Senhora Presidente da CMA Exmos Senhores Vereadores Exmos Senhores Deputados Municipais Exmos Senhores Munícipes Exmos Senhores/Senhoras Representantes da Comunicação Social Saudação Especial aos Residentes da Ramalha aqui presentes O exercício do direito de cidadania é um dever, é um imperativo de qualquer cidadão. O respeito pelo exercício deste direito é uma obrigação de quem está na Administração Pública. É um erro definir objectivos, com sacrifício dos valores individuais de cidadania e do bem estar das pessoas. O traçado deste MST em toda a cidade de Almada prejudica a vida das pessoas. Na Ramalha os prejuízos atingem o máximo. Agride as pessoas, agride o ambiente, agride a propriedade individual, causa danos irreparáveis aos residentes. A imagem que a autarquia nos dá com o que se está a passar, é de uma grande desorganização. “Os gestores são pagos pela sua capacidade de discernimento, não são pagos para serem infalíveis. São pagos para reconhecerem e compreenderem que não tinham razão, especialmente quando esse reconhecimento abre caminho a uma boa oportunidade”. Mas isto não é de modo algum habitual com esta autarquia. Percebemos muito bem onde querem chegar. De facto, os dados embora já tenham sido lançados há muito tempo, nós ficámos a conhece-los melhor, quando a senhora presidente se negou a constituir a Comissão de Acompanhamento Local do MST, ao desenterrar em 30OUT 2003 aquele seu despacho nº 2A de 6JAN2003. Revelou assim que a presença dos munícipes com ideias construtivas e diferentes das suas a incomodam. Se algumas dúvidas tinhamos, ficámos esclarecidos das intenções, para impôr aos almadenses este Projecto. Os almadenses residentes ao longo do espaço canal nem sonham com os problemas que vão ter. Este projecto do MST está destinado ao fracasso porque está desligado da população. Porque foi cozinhado à revelia da população. Não houve divulgação adequada dos períodos de consulta pública. A verdade nua e crua é que os Almadenses não se reveem neste projecto. Para a senhora presidente se aperceber disto venha para as ruas de Almada e oiça, sem pressões, as pessoas informadas, as que já sabem qual é o traçado e as condições do mesmo. Não oiça só quem lhe convém ouvir. A senhora presidente sabe muito bem que é assim. Por isso recheia os Forum de assistentes muito bem distribuídos na sala para intervirem oportunamente e lhe darem o conforto que lhe alimenta o ego. Será que a senhora não sabe que muitos moradores e comerciantes estão a colocar à venda, ao longo do chamado espaço canal e não só, as suas habitações, o seu investimento de largos anos, o produto do seu trabalho, para fugirem deste desastre? Há moradores na R. José Justino Lopes (Ramalha) que desconhecem que o MST lhes passa à porta.
Que cidade vamos legar aos nossos filhos? Que progresso é este? Almada está com o futuro hipotecado. Os senhores convençam-se que nós temos olhos para ver, ouvidos para ouvir, cérebro para pensar e boca para falar. O sentido de responsabilidades não se adquire por se ter sido eleito. Adquire-se ao longo da vida e pratica-se no exercício diário da cidadania. O melhor por Almada só pode ser feito com a colaboração da população. Não se deve andar a esconder a verdade aos almadenses. A Câmara reconhece que não havia autorização para fazer sondagens na R. Lopes de Mendonça e nada fez para por cobro à situação dita ilegal . Se não fosse a intervenção dos residentes estariamos hoje perante um facto consumado devidamente ignorado pela CMA e que até convinha. As obras pararam ali, mas continuam na Av. Bento Gonçalves. Quer isto dizer que a ilegalidade continua ? Será? Estamos perante o quê? Uma Farsa? Uma Comédia? Os senhores submeteram-se ao sufrágio eleitoral para nos servirem, não foi para se servirem de nós. Almada tem de ter dignidade e de estar ao serviço dos almadenses. Almada, 10 de Março de 2004 Eurico Marques

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